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EDUARDO COUTINHO


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Com um grande número de documentários produzidos, muitos deles trabalhava a temática social, era sua marca, pessoas que não eram vistas ganham vida através de suas histórias. Sabia conduzir muito bem seus entrevistados, fazendo-os revelar assuntos difíceis, essa era sua maior característica.

 

Por Osmilde Bispo (@osmildebispo)


Eduardo Coutinho é considerado o maior documentarista do Brasil. Foi diretor, roteirista e ator. Em 1957 Coutinho muda-se para Paris para estudar direção e montagem no IDHEC, após ter ganhado prêmio em dinheiro.

Na decada de 60 Coutinho começa a trabalhar em um dos seus maiores filme, Cabra Marcado para Morrer, ele vai até uma pequena cidade da Paraíba para lealizar um filme de ficção sobre o assassinato do líder das ligas camponesas,João Pedro Teixeira. O elenco do projeto original, contava com os próprios camponeses paraibanos, inclusive a viúva Elizabeth Teixeira. Pouco tempo depois do início das filmagens, ocorre o Golpe Militar de 1964 e boa parte da equipe de Eduardo são presas, acusadas de comunismo.

Com isso, Eduardo volta a trabalhar no jornalismo, que é sua formação, e a produzir filmes de ficção, como por exemplo: O Homem que Comprou o Mundo 1968, Faustão-1971. Em 1975 recebe o convite para trabalhar no Globo Repórter, no qual pode fazer uma série de matérias documental. Surgiu aí o interesse por filme documental. É a partir daí que Coutinho começa a produzir documentários.

Eduardo Coutinho e sua equipe voltam à cidade da Paraíba para terminar o filme que agora se tornaria um documentário com o titulo:Cabra Marcado para Morrer. O filme fica pronto e é lançado em 1984, com ele Coutinho é premiado no Festival de Berlim.

Seu trabalho com documentários dá seguimento, produz Santa Marta: Duas Semanas no Morro-1987; acompanhou a rotina dos catadores de um lixão em São Gonçalo onde realizou Boca de Lixo-1993; Santo Forte-1999 investigou diversas formas de fé e registrou os preparativos para o ano 2000 em uma favela , Babilônia 2000.

A marca principal dos seus filmes eram as entrevistas, Coutinho usava seu talento de repórter para conduzir seus entrevistados, pessoas muitas vezes simples que nunca tinham estado antes em frente de uma câmera. A facilidade que ele fazia isso, de deixar as pessoas à vontade e falar, dava a sensação de que elas faziam isso com frequência.

Um bom exemplo disso é o filme Edifício Master- 2002, Eduardo e sua equipe passam um tempo no edifício em Copacabana para relatar o cotidiano dos moradores.

Eduardo Coutinho e sua equipe entrevistaram 37 moradores e conseguiram extrair histórias íntimas e reveladoras de suas vidas.

O documentário recebeu diversos prêmios nos festivais de São Paulo, Rio, Gramado e Havana.

Continuou sua jornada produzindo grandes obras. Em 2007 produziu Jogo de Cena, mulheres são selecionadas para contar suas histórias, meses depois, várias atrizes interpretam histórias dessas mulheres, confundindo o público do que seria real ou não.

Em 2014 Eduardo Coutinho foi assassinado por seu filho, na época ele estava produzindo um documentário em que entrevistava alunos do ensino médio da rede pública do Rio de Janeiro. Perguntas sobre suas vidas, sentimentos e expectativas para o futuro. O filme foi finalizado por João Moreira Salles, que deu o título de Últimas Conversas lançado em 2015.

Eduardo Coutinho costumava dizer que se interessava naquilo “que existe, pelo simples fato de existir”.

Seus filmes traziam à tona questões sociais, políticas que deveriam ser discutidas, entendidas e quem sabe mover a sociedade a buscar uma solução, era isso que seus filmes causavam.

Por isso que seus trabalhos são grande referência, deixa um legado de grandes aprendizados para quem produz ou até mesmo os apaixonados por cinema documental. Esse é Eduardo Coutinho.


Referência:


Revisado por:

Renata Meneses (@renatamenesess)





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